Ayrton Senna - A Vitória Heroica no GP do Brasil 1991

O Sonho de Vencer em Casa

Ayrton Senna já havia ganhado dois títulos mundiais na Fórmula 1, o de 1988 e o de 1990, porém tinha uma coisa que ele almejava tanto quanto, Senna sempre teve um desejo fervoroso de vencer o GP do Brasil. Correr em casa, vencer diante da sua torcida, era um sonho que ele perseguia desde o início da carreira na Fórmula 1.

Senna no GP do Brasil

A Corrida Impossível

No GP do Brasil em 24 de março de 1991, já durante a corrida, Senna enfrentou problemas graves no câmbio do seu carro. Nas voltas finais, todas as marchas do seu carro ficaram em ponto morto, com exeção da sexta, ele estava preso na sexta marcha, sem possibilidade de reduzir ou aumentar a velocidade, além disso, a pista estava molhada pela chuva. Mesmo assim, com muita determinação, usando toda sua força para conseguir segurar e guiar o seu carro, que podia chegar a mais de 300km/h em algumas curvas, ele manteve o controle do carro e seguiu na liderança.

Imagem Centralizada

A Vitória Heroica

Com espasmos musculares e praticamente exausto, Senna cruzou a linha de chegada, gritando de dor, e de felicidade por realizar um de seus maiores sonhos. Ele mal conseguia sair do carro, mas reuniu as suas últimas forças para subir no palco do pódio e erguer o troféu da vitória. A imagem de Senna se esforçando para erguer o troféu, mas com um olhar de determinado e alegre, ficou marcada na história.

Senna levantando o troféu

Depoimento de Senna Após a Corrida

"Foi uma corrida fantástica para mim, memorável. É um dia que vai ficar na minha memória por toda a minha vida, com certeza (...). Meu problema passou a ser o câmbio. Começou a pular a quarta fora. De repente, eu perdi completamente a quarta, faltando 20 voltas para o final, e foi quase o fim para mim. Porque, para mudar as marchas sem passar pela quarta, eu tinha que fazer um esforço tremendo no braço. E, com isso, além de perder tempo, eu comecei a ter um desgaste muito maior do que eu poderia ter. Comecei a sentir dores no pescoço, no ombro e nos braços.
De repente, eu fiquei sem a quinta, sem a terceira, nada funcionando. Faltando 7 ou 8 voltas para o final, a única marcha que entrou foi a sexta. Eu tentei mudar para as outras marchas e ficava em ponto morto. Então, coloquei em sexta e fui em sexta nas últimas 7 voltas. Nas retas, tudo bem, mas nas curvas lentas era quase impossível guiar o carro. O esforço que eu tinha que fazer para controlar o carro no volante era maior ainda, porque o motor empurrava o carro para fora da curva nas curvas lentas.
O problema é que o motor ficava com o RPM tão baixo que não tinha potência para sair das curvas. Então, eu procurei mudar meu estilo de guiar para manter o RPM mais alto. Mas, com isso, eu tinha que ir mais forte para cima da curva, segurar ainda mais nos braços, literalmente no volante. E, no finalzinho, ainda começou a garoar. Eu quase passei reto no final da reta dos boxes, porque, sem poder trocar a marcha e sem poder fazer nada, com a pista molhada, quase foi tudo ali."

"Eu achei que não ia ganhar com o problema do câmbio nas últimas 7 voltas. Mas, quando deu 3, 2 voltas, eu falei: 'Se der, vai ser no grito'. Eu pensei: 'Eu lutei tantos anos para chegar a isso, e hoje lutei tanto... Vai ter que dar. Vai ter que chegar em primeiro, porque Ele (Deus) é maior do que todos e Ele vai me dar essa corrida depois de tudo'. E foi isso mesmo. Deus me deu essa corrida. Eu estou feliz demais e a emoção foi muito grande."

Senna levantando o troféu
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